A relação entre Donald Trump e Elon Musk — que já foi de aliança estratégica — implodiu publicamente nesta quinta-feira (5), após o presidente americano se dizer “decepcionado com Elon” por causa de sua oposição ao polêmico projeto de lei fiscal apresentado pela Casa Branca. 2b6v6o
O texto, que propõe isenção total de impostos sobre gorjetas, foi criticado por Musk como “populismo barato” e “insustentável do ponto de vista fiscal”. A crítica, feita na plataforma X (ex-Twitter), soou como uma traição dentro do campo conservador, reacendendo os atritos entre os dois bilionários mais poderosos da política e da tecnologia global.
Trump respondeu à altura: “Estou decepcionado com Elon. Ele deveria agradecer por tudo o que fiz pelo setor dele. Nunca confiei totalmente nele.” O presidente também insinuou que Musk estaria “atuando como democrata disfarçado”.
A resposta de Elon Musk não demorou. Com seu estilo direto e provocador, disparou na mesma rede social: “Sem mim, Trump teria perdido a eleição.” A frase viralizou, somando milhões de interações e alimentando teorias sobre interferência digital e manipulação de algoritmos em 2020 e 2024 — algo que o próprio Trump já sugeriu nos bastidores.
A briga escancara um racha no núcleo duro do trumpismo 2.0, onde Musk, até recentemente, ocupava um papel simbólico de conselheiro informal do governo, especialmente após sua saída do comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado sob medida para ele.
Nos bastidores, aliados de Trump veem a ruptura como definitiva. Musk, segundo fontes próximas à campanha de 2026, estaria agora mais inclinado a financiar uma alternativa “tecnocrata-libertária” fora do Partido Republicano. Há especulações sobre um eventual apoio a Robert F. Kennedy Jr. ou até mesmo a uma candidatura outsider bancada pelo Vale do Silício.
Para o eleitorado americano, o conflito sinaliza que a coalizão que levou Trump de volta ao poder começa a se desfazer antes mesmo da metade do mandato. E mais: revela como a disputa pelo poder entre tecnologia e política não será travada apenas nas urnas, mas também nas redes, nos algoritmos e nos bastidores corporativos.
A ruptura entre Trump e Musk não é apenas uma desavença de egos — é um sintoma de algo maior: o colapso de um modelo de governança onde bilionários ditavam políticas públicas sem ability [responsabilidade, prestação de contas e responsabilização]. Se Musk resolveu abandonar o barco, é porque sabe que ele está fazendo água.